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sábado, 3 de dezembro de 2011

A Voz e o Tempo - CAPA DA BRAVO (Dezembro/2011)

Gal apresenta nove inéditas e duas regravações de Caetano em 'Recanto'


Fonte: Blog "Notas Musicais" - Por Mauro Ferreira
http://blognotasmusicais.blogspot.com/2011/11/gal-apresenta-nove-ineditas-e-duas.html

Nem Doce e tampouco Segunda. Muito menos É Eu, nome também cogitado. Recanto é o título do CD em que Gal Costa canta somente músicas de Caetano Veloso. Nas lojas a partir de 6 de dezembro de 2011, em edição da Universal Music, Recanto alinha nove inéditas em 11 faixas produzidas por Caetano com Moreno Veloso. As inéditas são Recanto Escuro, Cara do Mundo, Autotune Autoerótico, Tudo Dói, Neguinho (música eleita para iniciar a promoção do disco), O Menino, Sexo e Dinheiro, Miami Maculelê e Segunda. As duas regravações são Madre Deus - tema feito pelo compositor para a trilha sonora de Onqotô (2005), balé do Grupo Corpo - e Mansidão, música obscura lançada por Jane Duboc em 1982 com participação do próprio Caetano. O disco tem moldura eletrônica. Com exceção de Segunda, faixa orgânica de tom nordestino, o repertório de Recanto foi formatado com autotunes e com sintetizadores, programações e baterias eletrônicas. A (estilosa) capa de Recanto é assinada por Gilda Midani.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

1979 / 1980 - Show: Gal Tropical

Gosto de ser Chamada de Gal
Revista: Interview


PS: Estou liberando uns arquivos em ordem cronológica que ficaram para serem anexados no 'índice geral'. Tenho essa matéria transcrita, depois libero, neste post.

1973 - Show: Índia

Repertório - Set List
Material disponibilizado no FB 'Gal Costa para fãs' por Karina Perez


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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Repercussões na Imprensa sobre a Caixa 'Gal Total'

08/10/10 - Debaixo dos caracóis da Gal
Fonte: Brasil Econômico - Por Apoenan Rodrigues
Material disponibilizado no site oficial de Gal Costa

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PS: Aproveitando o lançamento da caixa, libero a matéria acima. Logo mais, transcrevo a mesma, neste post.

domingo, 26 de setembro de 2010

26/09 - Gal Costa: 65 anos de muito 'Brilho e Beleza'

23/09/10 - Gal Costa Barato total
Fonte: IstoÉ Gente - Por Aina Pinto
Material disponibilizado no 'Site Oficial' de Gal Costa


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Aos 65 anos, a cantora volta aos palcos brasileiros, prepara CD em parceria com Caetano Veloso, define o momento atual como "feliz" e se encanta com fãs que coleciona na internet

GAL COSTA É UM CASO RARO. É dona de um timbre sem igual, com um repertório quase irretocável em seus 35 discos e 45 anos de carreira, e com uma técnica que já deixou americanos embasbacados. “Seu tom se ilumina dramaticamente e, de repente, o que era linguagem se torna puro som”, escreveu o crítico do New York Times, impressionado com um simples “a” no final das palavras cantadas por ela. Raros também foram seus shows e entrevistas no Brasil nos últimos quatro anos. Mas ela não é uma pessoa difícil. Se nos anos 70 era acessível aos fãs e amigos nas praias cariocas, agora conversa com eles em redes sociais na internet. No Facebook, tem quase 5 mil amigos e, no Twitter, mais de 21 mil seguidores, para quem ela fala sobre viagens, dá dicas de músicas (como vídeos de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald, por exemplo), conta da vida em família e dá atenção a quem quer conversar. Agora, aos 65 anos completados no domingo 26, Gal tem seus discos relançados pela Universal Music em um box e volta aos palcos nacionais com o show inédito Total, em apresentação única, na sexta-feira 1º, no Teatro Anhembi, em São Paulo. Nesta entrevista à Gente, por e-mail, a cantora fala do show, do contato com os fãs, do gosto por jogos online. Parece só perder a paciência quando o assunto são as cobranças para que ela mantenha uma postura rebelde como a que tinha no início da carreira. E também não dá espaço para saudosismo. Está ocupada com o presente ao lado do filho, Gabriel, 5, e de olho no futuro, trabalhando em um CD com Caetano.

‘‘Eu gosto de ter a minha idade. Me trouxe sabedoria para enfrentar a vida”

Por que tanto tempo sem fazer shows no Brasil? Foi você quem quis esse tempo?
Tive muitos convites para cantar fora do País e os aceitei. No Brasil, trabalhei em eventos fechados e tenho feito alguns poucos shows.

Como surgiu a ideia para fazer esse show?
O (Manoel) Poladian, empresário paulista, convidou-me e aceitei. Canto meus sucessos, um repertório variado de diversos compositores brasileiros que gravei ao longo da minha carreira. São canções de (Dorival) Caymmi, Caetano, Djavan e tantos outros de que gosto.

Como será o disco produzido por Caetano? Como decidiram voltar a trabalhar juntos?
Ainda é muito cedo para falar sobre esse projeto. Já estamos trabalhando nesse disco. Estou muito contente de voltar a trabalhar com Caetano e, pela primeira vez, com meu afilhado, Moreno Veloso.

As críticas ao Live at the Blue Note (lançado no Brasil em 2008) no Exterior foram muito elogiosas. O mesmo acontece quando se apresenta em outros países. Já pensou em viver fora?
Gosto de cantar pelo mundo e no Brasil também, é claro. Confesso que já pensei em viver fora. Não porque não goste do meu País, mas porque sou mesmo meio cigana, gosto de mudar e mudar. Mas já me dedico à minha carreira internacional há muitos anos.

Há cantores que dizem ouvir pouca música quando não estão trabalhando. Você gosta? O que costuma ouvir?
Ouço as músicas com as quais estou trabalhando. Mas não ouço muita, não.

O que há de melhor e de pior em ter mais de 60?
Não há nada de ruim. Na vida, nunca temos tudo! Tudo é bom e também difícil. Eu gosto de ter a minha idade. Me trouxe sabedoria para enfrentar a vida.

Há quem lhe cobre uma postura rebelde, como no início da carreira. Como se sente em relação a essa cobrança?
Minha história está escrita e há ainda muito o que fazer. Acho uma tolice e uma burrice cobrarem esse tipo de coisa. Rebeldia pode significar muitas coisas e eu ainda sou uma rebelde à minha moda.

Dos tempos de início de carreira, do que mais sente saudade?
Não sou saudosista. Nem um pouco. Gosto de viver o presente e pensar no futuro.

Como é sua relação, hoje, com Gilberto Gil, Caetano e Maria Bethânia?
Tenho estado perto de Gil e Caetano. Sempre foi assim. De Maria Bethânia tenho estado afastada. Não a tenho visto ultimamente.

Qual sua maior vaidade? Ter feito história na música, a beleza, a voz, os rumos que deu a sua vida, sua carreira? O que a deixa orgulhosa?
Acho que um pouco de tudo, mas, principalmente, ter sido verdadeira. Nasci para cantar. Isso foi o que sempre quis e o que quero sempre.

E arrependimento?
Nenhum.

Como vê a presença de jovens nos seus shows, ou acompanhando seus perfis no Twitter e no Facebook? E como se sente com o interesse deles por seus primeiros discos? O que acha que chama a atenção deles?
É maravilhoso. Fico impressionada com a quantidade de jovens que conhecem meu trabalho, não somente o da fase tropicalista. Isso é espetacular! Eles costumam dizer no Twitter que cantoras brasileiras podem ser classificadas em "antes e depois da Gal Costa".

Tem ideia de quantos "boa noite" recebe no Twitter e no Facebook?
São vários e adoro isso. Sou o que sou na internet. Gosto de ser delicada com todos os que gostam de mim.

No Facebook, você joga Farmville. E já contou no Twitter que também joga Xbox. Gosta de jogos? Tem algum preferido? É boa jogadora ou do tipo que nunca chega à última fase?
No Facebook, jogo Farmville e Cafe World. Adoro! E jogo Xbox com meu filho. Adoro esses joguinhos e também assisto com meu filho a todos os desenhos que compro pra ele. Amo!

Também no Twitter, você costuma contar das brincadeiras com seu filho, do que tem feito e, agora, da volta aos palcos. Parece um momento feliz, tranquilo. É isso mesmo? Algum motivo especial?
Momento feliz, sim! Trabalho novo, tesão em cantar, filho lindo que tenho. A vida é muito boa!

*PS: A entrevista acima ainda não foi lançada nas bancas, mas fiquei super feliz em ver as atualizações no site oficial da nossa Gal. Bacana!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Repercussões na Imprensa sobre a caixa 'Gal Total'

19/09/10 - Gal Costa ressurge em caixa com 12 de seus CDs e em disco novo com Caetano
Fonte: O Globo - Por Leonardo Lichote
Material disponibilizado no Twitpic da Universal Music

Conforme prometido, digitei a segunda parte da matéria que saiu no 'Segundo Caderno' do Jornal O Globo. Segue na íntegra a reportagem:
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19/09/10 - Gal Costa ressurge em caixa com 12 de seus CDs e em disco novo com Caetano
Fonte: O Globo - Por Leonardo Lichote

À beira dos 65 anos (que completa no próximo domingo), a Gal Costa de hoje carrega a imagem de uma grande dama do canto brasileiro - pelo domínio de sua voz límpida, pelo repertório coalhado de clássicos e pela pouca (ou irregular) ousadia que marca seus últimos trabalhos. Mas quando fita a jovem e explosiva tropicalista de "Gal Costa" (1969), a mulher bossanovística e moderna de "Cantar" (1974) ou a madura hitmaker de "Fantasia" (1981) - reunidos ao lado de outros 12 discos da artista na caixa "Gal total" (Universal), que traz também um CD duplo de raridades -, a senhora de 2010 se vê ali, naturalmente:

- Fui verdadeira em todas as fases, me reconheço em todos esses discos. Porque minha essência é o canto cristalino - diz a artista, por telefone, durante uns dias off em Nova York. - Teve o momento em que usei o grito, até como forma de protesto, mas a minha essência sempre se manteve. As fases diferentes são uma marca do meu temperamento. Gosto de arriscar, de inventar.

À primeira vista, os verbos "inventar" e "arriscar" no presente não soam adequados à voz da Gal dos últimos anos - apesar da investida na obra de novos compositores e arranjos com sabor contemporâneo de "Hoje" (2005) e do frescor de "Aquele frevo axé" (1998). Mas a cantora, que prepara um disco com produção de Caetano e Moreno Veloso, esquiva-se dessa percepção ao dar seu olhar maduro sobre os conceitos de risco e invenção.

"Tudo é perigoso. Tudo é divino, maravilhoso. Quando falo em se arriscar, falo de fazer o que se quer sem ter medo"

- Fazer disco novo é se arriscar, sair de casa é se arriscar - diz, quase citando involuntariamente o Los Hermanos de "Último romance" ("Sair de casa já é se aventurar", diz a canção) e antes de citar para valer a canção-ícone para o tropicalismo e sobretudo para sua carreira, por marcar a passagem do canto bossanovístico para uma agressividade experimental, "Divino, maravilhoso". - Tudo é perigoso. Tudo é divino, maravilhoso. Quando falo em se arriscar, falo de fazer o que se quer sem ter medo. Posso querer gravar um disco de bossa nova, e você dizer: "Ah, a Gal tá velha." Mas eu não vou ter medo dessa reação, vou fazer. Ou posso querer um disco de rock. Se é possível eu fazer algo assim hoje? Claro. Em se tratando de Gal Costa, tudo é possível.

Sob o olhar de Gal, portanto, as distâncias entre a cantora de hoje e a de ontem parecem pequenas - ou inexistentes. Se a intérprete do período dourado coberto pela caixa - dos discos entre 1967 e 1983, gravados pela antiga Philips (depois Polygram, hoje Universal) - é citada (e percebida) como a maior influência em nove entre dez cantoras brasileiras jovens e cool (de Céu a Roberta Sá), a artista de 2010 vê nisso um fruto de algo que passa além do apelo do experimentalismo ácido de "Fa-tal" (1971) ou da beleza tenra da voz de uma menina de 22 anos cantando músicas de um compositor de sua geração em "Domingo" (Gal e Caetano, de 1967).

- Sou moderna e vista assim por esses artistas por causa de João Gilberto, por ser herdeira dele. Meu canto é moderno porque a bossa nova também é. Sou e serei uma cantora contemporânea por toda a minha vida pela identificação que tive com o canto de João. A bossa nova também foi uma forma que encontrei de ser revolucionária - diz a cantora, que tem contato com seus jovens fãs via Twitter. - Essa garotada de 16, 18 anos conhece tudo da minha carreira, tem os vinis. Eles dizem que o canto brasileiro se divide entre antes e depois de Gal Costa. E sei que muitas das cantoras jovens do Brasil reconhecem minha influência. Me vejo no trabalho delas também, como reflexo.

A imodéstia presente em suas falas reúne uma consciência real de sua importância, doses de vaidade e um tanto de postura defensiva. Não é à toa. Desde a década de 80, Gal sofre acusações constantes da crítica - de ser "comercial", "conservadora" ou simplesmente "equivocada". Frequentemente, a excelência de discos que estão na caixa "Gal total" é lembrada como parâmetro de comparação.

- Muitas vezes a crítica não entende o trabalho. E, como o artista, ela passa por fases também. Tem hora que quer falar bem, depois quer falar mal. Por outro lado, todo artista tem safra e entressafra - pondera, antes de lembrar um exemplo da inconstância da crítica. - O show "Fantasia" (de 1981) foi criticado de uma forma muito violenta. Talvez por ser repleto de inéditas, por ter a presença de Lincoln Olivetti (responsável pelos arranjos), com quem a imprensa implicava... Mas levamos o show para o estúdio e fizemos um disco com o mesmo repertório, os mesmos arranjos. E ele foi escolhido um dos melhores do ano.

Seu cuidado ao falar com a imprensa também se deve a um episódio ocorrido em 2001, quando Gal foi bombardeada por ter dito - ela nega - que não existiam mais bons compositores na MPB, declaração similar a outras atribuídas à cantora em entrevistas dadas, por exemplo, em 1970 e 1979. Por isso, ela mede palavras ao comentar sua visão sobre a música hoje.

- Minha geração teve o privilégio de viver um sonho; hoje é tudo muito profissional. Não que ache melhor ou pior, só estou dizendo que foi esse o movimento do mundo. Em meu último disco, "Hoje", gravei gente maravilhosa dessa nova geração. Mas estou falando de algo que acontece mundialmente. Veja essas cantoras americanas, todas cantam muito bem, mas elas parecem feitas para o sucesso. Não que não haja quem sonhe, mas falo de algo generalizado, geracional. Não é mais assim - afirma Gal, que reconhece esse movimento, ou pistas dele, na própria discografia presente em sua caixa. - Isso pode ser percebido no meu trabalho e no de qualquer artista. Meus discos dos anos 80 são mais pop.

Na contramão do imediatismo que identifica no mundo contemporâneo - e talvez sob a percepção do tempo que a idade impõe ou que uma caixa como essa sugere -, Gal parece olhar a vida com a serenidade jovial de "Domingo".

- Não me sinto com a idade que tenho. A maternidade (Gal adotou Gabriel, hoje com 5 anos, em 2007) me rejuvenesceu. Nada é mais revolucionário do que ser mãe - afirma. - É isso que me move a cantar. Não é um assunto específico, não é política, não é comida. É a vida, a beleza de estar no mundo. Estou em Nova York, vou andando até Downtown, vendo as coisas, sinto que estou viva. Se estivesse enfurnada em casa, deprimida, talvez não quisesse cantar. Mas hoje sei que não há idade certa para nada. Se quiser aprender alemão aos 78 anos, farei isso. O tempo está dentro da sua cabeça.

"I'm alive vivo muito vivo", disse Caetano ao andar por Portobello Road, Londres, no início dos anos 70. É bom saber que Gal - a intérprete que, pelo que foi no passado coberto pela caixa, mas também pelo que é em 2010, precisa ser ouvida quando canta - se sente assim. E que retoma a parceria com Caetano, que esteve com ela em momentos como sua estreia, em "Domingo", e como produtor, em "Cantar".

- Está muito no começo, mas já estamos trabalhando - conta. - Será um CD de inéditas, nada de revisionismo.

Gal prepara disco, criam-se expectativas que retomam toda uma trajetória - da menina tropicalista à grande dama do canto brasileiro. E fazem pensar sobre como soarão hoje as sutis ou explosivas revoluções - da bossa nova, do experimentalismo, do grito, do sonho, do desejo pelo risco, da maternidade - que a cantora carrega em si.

19/09/10 - Revoluções de Gal
Fonte: Jornal 'O Globo' - Por Antônio Carlos Miguel

Quando ela foi a maior cantora do Brasil

Na hora daquelas intermináveis discussões sobre qual a maior cantora - Gal ou Elis ou Bethânia ou Lany ou Nana; ou então, entre os fãs de jazz e standard's, Billie ou Ella ou Sarah ou Doris Day ou Peggy Lee? -, há quem apele para a frase "a melhor é a que estou ouvindo no momento". Pois, no Brasil, por um "longo momento", entre a sua estreia em 1967, num disco dividido com Caetano, e a primeira metade dos anos 70, Gal Costa foi "a" cantora. Mesmo que, comparada às suas contemporâneas, não exibisse a técnica de Elis Regina, a dramaticidade de Maria Bethânia, os improvisos jazzísticos de Leny Andrade ou a carga interpretativa de Nana Caymmi, Gal se destacou pelo timbre cristalino, de mezzo-soprano (às vezes beirando o contralto), pela ousadia de seu repertório e também pela natural sensualidade, nada apelativa, que imprimiu às suas interpretações.

Como muitos em sua geração, ela se converteu ao canto suave de João Gilberto; depois, por um breve período, que coincidiu com os tenebrosos tempos do AI-5, incorporou a urgência e os gritos de Janis Joplin; para, a partir do início dos anos 70, destilar essas e tantas outras influências e chegar ao seu intransferível estilo, graças à sua única e arrebatadora voz.

Esta caixa, reunindo a fasa da Polygram (atual Universal), tem muitas e deliciosas provas disso, seus melhores álbuns - e alguns não tão bons, aquele do fim dos anos 70, início dos 80, com arranjos que, hoje, soam datados, atendendo a linha de produção de olho no sucesso fácil que passou a imperar na Indústria da Música.

Álbuns incluídos na Caixa "Gal Total" com comentários curtos 
Por Antônio Carlos Miguel

Domingo (1967): Em seu belo LP de estreia, a ainda neobossanovista Gal dividiu os créditos com Caetano Veloso, autor de nove das 12 faixas.

Gal Costa (1969): É o primeiro solo, e tropicalista, passando por Caetano, Tom Zé, Jorge Ben, Gil e Roberto & Erasmo. Um clássico.

Gal (1969): Do mesmo ano do anterior, mais elétrico e roqueiro, graças ao melhor guitarrista de então, Lenny Gordin, com Macalé no violão.

Legal (1970): Outro Clássico, arranjos de Lanny e Macalé (este coautor de três faixas, incluindo "Hotel das estrelas") e a genial capa de Oiticica.

Fa-Tal (1971): Porta para muitos na obra de Gal, ao vivo, arranjos de Lanny (Pepeu Gomes toca em algumas faixas) e concepção de Waly Salomão.

Índia (1973): Direção musical de Gil (no violão), é um LP de transição, com um timaço: Dominguinhos, Toninho Horta, Luiz Alves, Robertinho Silva...

Cantar (1974): Dirigido por Caetano e pelo guitarrista Perinho Albuquerque, é o melhor de Gal. João Donato brilha com arranjos, piano e composições.

Gal canta Caymmi (1976): Emocionado tributo ao "primeiro" e eterno baiano, com arranjos de Donato e Perinho Albuquerque.

Caras e Bocas (1977): Tem seus acertos (como "Tigresa"), mas falta foco, com Gal testando novos caminhos sem conseguir muitos avanços.

Água Viva (1978): Apesar do sucesso, graças a canções como "Folhetim" (Chico) e "Paula e Bebeto" (Milton e Caetano), hoje soa datado.

Gal Tropical (1979): Registro em estúdio do show homônimo, traz regravações ("Índia", "Meu nome é Gal", que pouco acrescentem)

Aquarela do Brasil (1980): Ótima ideia, um songbook de Ary Barroso, mas os arranjos criados e a produção usada mais atrapalham do que ajudam.

Fantasia (1981): As então inéditas de Djavan ("Faltando um pedaço", Açai"), Caetano ("Meu bem, meu mal", O amor...), garantem o disco.

Minha Voz (1982): Mais belas canções, como "Minha voz, minha vida", retrato de Gal pintado por Caetano e "Borzeguim" (Jobim).

Baby Gal (1983): Os teclados (de Cesar Camargo Mariano ao Roupa Nova) poluiram as canções. Mas, como sempre, a voz de, agora, madura Gal.

CD Duplo com raridades complementa a discografia da Caixa 'Gal Total'

Organizada pelo pesquisador Marcelo Fróes, que assina também os textos informativos de cada disco, a caixa "Gal Total" traz, além dos álbuns gravos pela cantora em 1967 e 1983, o CD duplo "Divina, Maravilhosa", com raridades. As 28 faixas, muitas delas nunca lançadas em CD, sairam de discos de festivais, trilhas sonoras, compactos, projetos coletivos e participações em álbuns de outros artistas.

O primeiro disco começa com duas gravações feitas para o álbum do Festival da Record de 1967, "Dada Maria" (com o autor, Renato Teixeira) e "Bom Dia". Outra competição, o I Festival Universitário da Música Popular Brasileira, rendeu "Domingo Antigo", 'Ora, acho que vou-me embora" é um dueto com Sidney Miller, originalmente de um disco do compositor. A trilha de "Brasil ano 2000", de Walter Lima Jr., rendeu três faixas: "Canção da moça", "Homem de Neanderthal" e "Show de me esqueci".

Quatro faixas saíram de um compacto: "Sua Estupidez", "Zoológico", "Vapor barato" e "Você não entende Nada" (as duas últimas em versões de estúdio, diferentes das gravadas em Fa-tal), "Carnaval chegou" e Barato Modesto" foram gravadas para projetos coletivos carnavalescos. "Três da madrugada" vinha num compacto encartado na primeira edição de "Os últimos dias de Paupéria", de Torquato Neto.

A primeira faixa do segundo disco é "Acontece", gravada para o álbum "Temporada de Verão", "De amor eu morrerei", 'Saia do meu caminho", "Sem grilos", "Acorda para Cuspir", "Teco teco", "Modinha de Gabriela" (trilha da novela "Gabriela") e Clariô, saíram de compactos, assim como a raríssima versão de estúdio que os Doces Bárbaros fizeram de "Esotérico" antes de gravar o álbum ao vivo.

Registros de Gal no palco cantando "Mamãe Coragem" (...) e o medley com "nega Manhosa" e "Samba rubro-negro" também integram o disco, que se encerra com duetos lançados de álbuns de Maria Bethânia ("Sonho meu"), Erasmo Carlos ("Detalhes") e Ney Matogrosso ("Espinha de bacalhau").

Entre (...) e peças que valem pela curiosidade. "Divina Maravilhosa" é um bom complemento à discografia presente em "Gal Total".

terça-feira, 14 de setembro de 2010

1971 | 1972 - Fa-Tal - Gal a Todo Vapor

Gal Costa citada em livro didático
Material disponibilizado por Bruno Garcia

Ontem conversando via Twitter com o Bruno, ele comentou de um texto sobre "Imagens de mulher: os valores de uma época", e claro, Gal  é citada como referência, não poderia ser diferente. Ele digitalizou a foto e permitiu que eu compartilhasse com o "Fatal". Muito obrigada!

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A foto mostra Gal Costa em show de 1972. Nessa fase de sua carreira, ela personificou o rompimento das atitudes esperadas de mulheres bem-comportadas, no vestuário, nas aparições em público, no modo de cantar e no comportamento pessoal.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

1966 - I Festival Internacional da Canção (FIC)

1968 - Gal Costa briga por Roberto Carlos
Revista: InterValo
Material disponiblizado por Douglas Carvalho


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** PS: Em destaque o FIC de 1966 **

Gal veio de Salvador no ano passado, defendeu sem êxito "Dadá Maria" no festival da Record, estourou com "Baby", de Veloso, que a descobriu, tornando-se agora um estrela na faixa tropicália-juventude.

Se, há alguns meses, alguém dissesse que uma estrela do Grupo Baiano brigou por Roberto Carlos, isso teria um jeitão de boato e de intriga. Mas Gal Costa, que se revelou ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, vai brigar pelo Brasa: é ela quem vai defender, no III Festival Internacional da Canção, a música de Roberto e Erasmo Carlos, "Gabriela Mais Bela". No I Festival defendendo "Minha Senhora", de Gil e Torquato, ela não foi muito feliz. Para mostrar, todavia, que ela não está fora do grupo, nem do movimento Tropicalista, ainda no próximo Festival da Record ela interpretará "Divino, Maravilhoso", de Gilberto Gil e Caetano veloso.

Até agora, seu grande sucesso é "Baby", há muito tempo figurando nas paradas. E "Baby" é de Caetano.

De repente, descobriram Gal Costa, que vinha sendo comentada, mas pouco valorizada. Seu estilo simples de cantar não era bem compreendido e houve quem afirmasse que ela matou a música "Dadá Maria", de Renato Teixeira, que ao lado de Silvio César, defendeu no festival da Record no ano passado. Agora, a direção da mesma TV Record já a assedia com propostas, para, juntamente com Os Mutantes (outros incompreendidos), reforçarem o novo programa de Roberto Carlos. Ela não respondeu logo, não precisa responder. Primeiro vai a Buenos Aires, na volta decide. E também impõe suas condições: "Seu assinar com a Record, quero trabalhar de fato. Não quero apenas figurar na folha de pagamento. Desejo ter a certeza de que serei aproveitada relamente". A tímida baianinha (quando ela entra em cena, seus olhos parecem assustados), tornou-se estrela de uma hora para outra. Sem artifícios: do jeito que sempre foi e, parece, ninguém enxergava.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

1974 - Temporada de Verão

24 Horas na Vida de Gal Costa
Fotos: Armando Rosário e Leonardo Costa
Material disponibilizado por Douglas Carvalho



Transcrição da matéria: "24 Horas na Vida de Gal Costa"

Gal recebeu a gente no seu apartamento, no bairro do Tambá, Rio. E, durante um dia inteiro, se mostrou uma garota que sabe como curtir a vida.

às 10h00

Gal chega se espreguiçando, diz bom dia com seu jeito manso e dengoso e começa a curtir café preto com bolinhos.

às 11h15

Aí, lembra que tem hora marcada no Jamie Cabeleireiro e se amnda pra lá, onde é a tendida por Jean. Gal quer um penteado simples, "que não mude demais meu rosto".

às 13h00

Gal volta para a casa. Enquanto espera o almoço, se estica na rede e fica lendo e curtindo música.

às 14h30

Depois do almoço, todo na base da macrobiótica, Gal gosta de sentar no tapete da sala e ficar curtindo jogos e passatempos.

às 15h00

Aí, recebe um amigo que trouxe vários posters antigos para mostrar pra ela.

às 15h30

Está quase na hora do ensaio. Gal troca de blusa e vai até a garagem do prédio.

às 15h45

Entra no seu Fiat e guia (descalça) até Santa Teresa.

às 16h15

Lá, numa casa alugada, fica o estúdio onde ela ensaia com seu grupo. Enquanto o pessoal vai se aprontando, Gal se diverte na bateria.

às 18h30

Gal está muito animada e ensaia por duas horas, sem parar. No final, desabafa: "Quem foi que inventou o trabalho? Estou mortinha de cansaço".

às 19h30

Mesmo cansada, Gal passa em casa, muda de roupa e vai jantar com a turma num restaurante macrobiótico.

às 20h30

Aí, se manda para o teatro, o grupo que vai acompanhá-la já está lá, ensaiando a todo vapor.

às 20h45

Gal faz a maquilagem e tenta mil penteados na frente do espelho, antes de decidir que vai mesmo com os cabelos soltos.

às 21h30

Antes de entrar em cena, ela afina o violão e testa a voz. Depois, calmamente, troca de roupa.

às 22h00

No palco, caindo de charme, Gal Costa faz a plateia vibrar: "Ela é divina, maravilhosa!".

1974 - Cantar

11/1974 - Gente Pop
Fonte: Revista Pop
Material disponibilizado no blog Velhidade por Eduardo Menezes


Transcrição - "Cantar"

Gal Costa volta cheia de alegrias e cheia de novidades. Muito sucesso com o show Cantar que é também o nome do seu novo LP. Na produção e na direção musical, dois cobras: Caetano Veloso e João Donato.

terça-feira, 13 de julho de 2010

1976 - Gal Costa e Dorival Caymmi

1976 - Cartaz do show no Anhembi - SP
Material disponibilizado no site Acervo Digital Caymmi

Mais um cartaz do show que Dorival Caymmi e Gal Costa realizaram no Anhembi, em São Paulo. O show foi dirigido e produzido por Guilherme Araújo e teve direção musical de João Donato. Este espetáculo também foi apresentado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro e no Teatro Castro Alves, em Salvador. Confiram abaixo, o repertório do show e os depoimentos de Gal Costa, Dorival Caymmi e Jorge Amado. Bom demais!

Clique nas imagens pra ampliá-las

sábado, 3 de julho de 2010

1983 - Baby Gal

11/1983 - Programa do show "Baby Gal"
Material disponibilizado por Doug Carvalho

Clique nas imagens pra ler o programa