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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

1964 - Nós, Por Exemplo

22/08/1964 - Programa do Show: Nós, Por Exemplo
Material disponibilizado por Jarbas Fonseca
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07/09/1964 - Programa do Show: Nós, Por Exemplo
Material disponibilizado por Jarbas Fonseca
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

1964 - Show: Nós, por exemplo

Neste texto, do Correio da Bahia, trechos relatando a importância do Teatro 'Vila Velha' na carreira de Gal, e fazendo isso, eles intercalam matérias de 1964, comentando sobre o início de sua carreira. Em destaque o show "Nós, Por Exemplo", confiram abaixo:

Teatro Vila Velha foi 'berço' de Caetano, Gil, Gal e Bethânia
Alexandre Lyrio | Redação CORREIO

A balconista da mais cult loja de discos no Porto da Barra conhece a jovem secundarista do Colégio Severino Vieira, irmã do estudante de filosofia, mais tarde apresentado ao aluno de administração. Ainda iniciantes na vida e no gosto pela música, defrontam-se com árdua tarefa. Devem suprir a lacuna deixada por uma peça teatral, do aclamado dramaturgo paulista Gianfrancesco Guarnieri, não concluída na data marcada para a estreia.

É a semana de inauguração do Teatro Vila Velha, em agosto de 1964, e o novo espetáculo, arrumado às pressas, tem nome atrevido para um grupo de artistas apenas promissores.

A peça-concerto Nós, por exemplo é o início de tudo. A primeira vez que Gal Costa, a vendedora de vinis; Gilberto Gil, o aspirante a administrador; Caetano Veloso, o quase filósofo; e Maria Bethânia, a estudante de segundo grau, sobem ao palco juntos.

Ofusca as outras apresentações da semana comemorativa. “Convidamos os parentes mais próximos, primos e irmãos, na tentativa de engrossar a plateia. O que apresentaríamos em apenas um dia durou uma semana inteira. O negócio pegou mesmo”, testemunha um dos diretores do espetáculo na época, o produtor musical Roberto Santana.

Dali pra frente, os quatro se destacariam em carreiras individuais, mas nunca perderiam a ligação quase sobrenatural, com ascendência no teatro mais charmoso da Bahia.

O próprio Caetano, em seu livro Verdade tropical (1997), confessa: “Nunca foi, em nenhum nível, obscuro pra mim que o grupo coeso ao qual eu pertencia era formado por nós quatro, acontecesse o que acontecesse. Eu sentia assim desde o Teatro Vila Velha (...)”.

E completa. “A visão que eu tinha da unidade de destino de nós quatro, a certeza de que éramos companheiros num nível de luta que os outros não conheceriam, destacava o quarteto (...)”.

Antes, não passavam de meros estudantes, jovens apreciadores da boa música. Recém-chegados de Santo Amaro, Caetano e Bethânia foram chamados a fazer parte de um grupo de pesquisa sobre Bossa Nova e outras tendências, idealizado por Santana.

É ele quem os apresenta a Gil, Gal, Tom Zé e Lona, além do artista plástico Emanoel Araújo e as atrizes Conceição Nunes e Maria Moniz. Discute-se João Gilberto, Valter Santos e Carlos Lira.

O repertório de Nós, por exemplo não fugiria muito disso. O próprio cartaz do espetáculo vem grafado: “Show de Bossa Nova”. Mas também há a influência de Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Pixinguinha e Luiz Gonzaga.

O sucesso seria tanto que, no mês seguinte, Nós, por exemplo ganharia a versão nº 2. E não seria a última. Entre 21 e 23 de novembro de 64, Gil, Caetano, Gal e Bethânia convocaram os demais para novo espetáculo no Vila: Nova Bossa Velha e Velha Bossa Nova repete o êxito e impulsiona a carreira dos idealizadores do futuro Tropicalismo (movimento que não contou com Bethânia).

Ao longo do tempo, todos voltariam a cantar no velho teatro. Caetano faria uma das suas reinaugurações. Bethânia traria do Rio o aclamado espetáculo Opinião, no início dos anos 70. Gil e Bethânia também subiriam várias vezes naquele palco.

“O mais engraçado é que no início ninguém queria ser profissional da música. Nenhum deles”, assegura Roberto Santana. Mas, como aconteceu com muitos outros artistas, o Vila mudou a história dos quatro.

sábado, 28 de novembro de 2009

1964 - Show: Nós, Por Exemplo

Espetáculo: Nós, Por Exemplo
Por Douglas Carvalho

Teatro Vila Velha, Salvador, 22 de agosto e 7 de setembro de 1964
com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé, Alcyvando Luz, Antônio Renato (Perna Fróes), Djalma Corrêa e Fernando Lona.


"Nós, Por Exemplo" é o show de estreia da carreira do grupo baiano e foi realizado para inaugurar o Teatro Vila Velha, no Passeio Público de Salvador. O show, em grande parte idealizado por Caetano Veloso, tinha como intenção a apresentação dos jovens músicos que tinham a ambição de renovar a música popular brasileira, e embora a inauguração do Teatro tenha abrigado outros espetáculos artísticos, o show foi o mais comentado de todos, sendo que o ponto alto do show era a canção "Sol negro", de Caetano, em que as vozes contrastantes de Gal, na época ainda com o nome artístico de Maria da Graça, e Maria Bethânia dialogavam no palco. Essa música, no ano seguinte, marcou a estréia discográfica de Gal, quando ela participou do primeiro disco de Maria Bethânia. O show apresentava um misto de composições dos integrantes do espetáculos e clássicos brasileiros de épocas diferentes de autores diversos. O show foi muito bem recebido pela imprensa baiana, e acabou sendo reencenado semanas depois, com algumas modificações no set list, e com Tom Zé, ainda assinando Antônio José, no lugar de Fernando Lona. Ainda nessa segunda apresentação o ponto alto foi "Sol negro". O sucesso da segunda versão de "Nós, Por Exemplo" foi tanto que motivou o convite dos jovens artistas para outro show, que veio a ser "Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova".  Os programas dos shows só especificam os intérpretes da segunda versão.


Repertório / Set List - 1º Show

Parte 1

1- João Valentão (Dorival Caymmi)
2- Eu não tenho onde morar (Dorival Caymmi)
3- O x do problema (Noel Rosa)
4- Barravento (Sérgio Ricardo)
5- Zelão (Sérgio Ricardo)
6- Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra - Vinícius de Moraes)
7- Sofrimento e padecer (Batatinha)
8- Berimbau (Baden Powell - Vinícius de Moraes)
9- Consolação (Baden Powell - Vinícius de Moraes )
10- Samba da bénção (Baden Powell - Vinícius de Moraes)
11- Menino das laranjas (Théo)
12- Se é tarde me perdoa (Carlos Lyra - Ronaldo Bôscoli)

Parte 2

1- Bem bom no tom (Alcyvando Luz)
2- Tema de candomblé (Antônio Renato)
3- Crepúsculo (Antônio Renato)
4- Sol negro (Caetano Veloso)
5- É de manhã (Caetano Veloso)
6- Não posso mais dizer adeus (Caetano Veloso)
7- Lamento do Justino (Fernando Lona)
8- Saudade sem nome (Fernando Lona)
9- Samba de negro (Fernando Lona)
10- Maria (Gilberto Gil)
11- Samba ainda sem nome (Gilberto Gil)
12- Vai pra frente (Caetano Veloso - Maria Bethânia)
13- Bossa 2000 D.C. (Djalma Corrêa)

Repertório / Set List - 2º Show

Parte 1

1- Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra - Vinícius de Moraes) - conjunto
2- Diz que fui por aí (Zé Kétti) - Maria Bethânia
3- O amor em paz (Tom Jobim - Vinícius de Moraes) - Maria Bethânia
4- Acarajé (Tom Zé) - conjunto
5- Corcovado (Tom Jobim) - Antônio Renato
6- Tema de candomblé (Antônio Renato) - Antônio Renato
7- Eu não tenho onde morar (Dorival Caymmi) - conjunto
8- Dora (Dorival Caymmi) - Caetano Veloso
9- Clever Boy samba (Caetano Veloso ) - Caetano Veloso
10- Sol negro (Caetano Veloso) - Maria Bethânia e Maria da Graça (Gal)
11- Maria do colégio da Bahia (Tom Zé) - Antônio José (Tom Zé)
12- Moreninha (Tom Zé) - Antônio José (Tom Zé)

Parte 2

1- Água de beber (Tom Jobim - Vinícius de Moraes) - conjunto
2- Moça flor (Durval Ferreira) - Alcyvando Luz
3- A vida não mudou (Nazareno de Brito) - Alcyvando Luz
4- Berimbau (Baden Powell - Vinícius de Moraes) - conjunto
5- Maria tristeza (Gilberto Gil) - Gilberto Gil
6- Samba moleque (Gilberto Gil)  - Gilberto Gil
7- Consolação (Baden Powell - Vinícius de Moraes ) - conjunto
8- Sim, foi você (Caetano Veloso) - Maria da Graça (Gal)
9- Se é tarde me perdoa (Carlos Lyra - Ronaldo Bôscoli) - Maria da Graça (Gal)
10- Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra - Vinícius de Moraes) - conjunto
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