sábado, 24 de abril de 2010

1982 - Disco: Minha Voz

Saiba Mais: Minha Voz
Por Doug Carvalho, Tiago Marques e Fábio Coutinho


Gal Costa vivia uma fase de extrema popularidade em 1982, quando "Minha Voz" foi lançado. Vinha do show "Festa do interior", que nada mais era que uma revisão do repertório do mal sucedido show "Fantasia", que antecedeu o disco, mas sob o filtro do sucesso que foi o LP, e tinha a responsabilidade de responder às expectativas geradas pelo sucesso de músicas como "Festa do interior", "Meu bem, meu mal", "Açaí", "Canta Brasil", "Massa real"e "Faltando um pedaço". Então o repertório foi escolhido repetindo o esquema de "Fantasia", com uma inédita de Djavan, composições de Caetano Veloso, o compositor mais gravado por Gal Costa, e canções destinadas ao carnaval, que desde 1979 vinham sendo os pontos fortes dos LPs de Gal Costa. Desta vez, além de "Bloco do prazer" de Moraes Moreira, o mesmo autor do mega-hit "Festa do interior", Gal retirou do fundo do baú uma marchinha carnavalesca da década de 30, e que novamente, como fizera com "Balancê" no carnaval de 1980, retirou do anonimato e fez um grande sucesso: "Pegando fogo". O sucesso foi tamanho, que essa música chegou a ser lançada em versão em espanhol num compacto destinado ao mercado fonográfico espanhol. Ao contrário do que muita gente pensa, um dos sucessos desse disco, a canção "Dom de iludir" não foi composta para Gal Costa, mas sim para a baiana Maria Creuza, 5 anos antes. Outra curiosidade do disco é a canção "Groupie", da fotógrafa Beti Niemeyer. Embora a qualidade da composição fique realmente muito aquém  do restante do disco e do repertório geral da cantora, é impossível não apurar os ouvidos para escutar o papo de Gal com os colegas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Rita Lee. Como no disco anterior, "Minha Voz" comete a mesma gafe de não dar crédito aos músicos envolvidos. Na capa, Gal numa montagem fotográfica que simula a cantora mergulhada na água do mar. Esse tema também foi aproveitada por Rita Lee no seu disco desse ano (o que tem no repertório os sucessos "Flagra" e "Cor de rosa choque"), sendo que na capa do de Rita, ela e o marido Roberto de Carvalho estão numa picina simulada no estúdio por plásticos e luzes de neon azuis. Em comum entre o disco de Gal e o de Rita, além do tema aquático, é o fato de que na verdade nenhuma das duas se molhou.

Um comentário:

ademar amancio disse...

Este disco da gal,realmente é lindo.