Por Doug Carvalho, Tiago Marques e Fábio Coutinho
Outra façanha conseguida por Gal foi o maior sucesso do disco, a marchinha "Balancê". Lançada por Carmen Miranda em 1937 para o carnaval, a marchinha não teve repercussão e acabou ficando esquecida. Pesquisando o repertório da Pequena Notável, para incluir algumas de suas canções no show, Gal e Guilherme Araújo escolheram "Samba rasgado"e "Balancê". No carnaval de 1980, "Balancê" estourou, e a gravação de Gal Costa superou a original (o que em se tratando da extraordinária Carmen Miranda, realmente é uma façanha). João de Barro, o autor da música, ao ouvir a gravação de Gal no rádio levou inclusive um grande susto, pois não sabia da regravação e reconheceu a sua composição da qual nem ele mesmo mais se lembrava. "Balancê" na sua segunda gravação, 42 anos depois, foi salva do esquecimento por Gal Costa e se tornou um dos clássicos da história do carnaval brasileiro. Embora Gal já tivesse gravado alguns frevos anteriormente, com "Deixa sangrar"(1970), "Estamos aí" (1972) e "Acorda pra cuspir"(1973), entre outras, apenas com "Balancê" Gal estourou no setor carnavalesco, tornando-se porta voz dos maiores sucessos de carnaval nos anos seguintes, a última grande intérprete da música do carnaval carioca após a Era de Ouro do rádio que se encerrou em 1970 com o sucesso de "Bandeira Branca"na voz de Dalva de Oliveira, muito antes do estouro comercial de Daniela Mercury, Margareth Menezes e Ivete Sangalo.
Um comentário:
Este disco mostra porque precisa haver regravações,é muito lindo.
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