terça-feira, 20 de abril de 2010

1980 - Disco: Aquarela do Brasil

1980 - Aquarela do Brasil

Gravadora: Polygram/Philips
Produtor: Guilherme Araújo/Roberto Menescal
Formatos: (LP/1980), (CD/1988)
Primeiro disco: 1980

Observação: Músicos não especificados por faixa na ficha técnica do disco e identificados pela autora desta
Discografia.
Fonte: Discografia retirada do site "Discos do Brasil" de Maria Luiza Kfouri


Capa do LP "Aquarela do Brasil" de 1980
Poster do LP "Aquarela do Brasil" de 1980

Imagens do LP, disponibilizadas por Carl Ole. Conheçam o seu fantástico Balaio: http://caieca.multiply.com/


MÚSICAS:

1. É Luxo Só (Ary Barroso / Luis Peixoto)
2. Já Era Tempo (Ary Barroso / Vinicius de Moraes)
3. Camisa Amarela (Ary Barroso)
4. Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso)
5. Folha Morta (Ary Barroso)
6. No Tabuleiro da Baiana (Ary Barroso) - com Caetano Veloso
7. Jogada Pelo Mundo (Ary Barroso)
8. Inquietação (Ary Barroso)
9. Tu (Ary Barroso)
10. Faceira (Ary Barroso)
11. Novo Amor (Ary Barroso)
12. Aquarela do Brasil (Ary Barroso)

 Capa
Contracapa
 Encarte
Poster

FICHA TÉCNICA:

1. É Luxo Só (Ary Barroso / Luis Peixoto)
              
Músico(s):

Antônio Perna Fróes : Teclados
Darcy Cruz : Trompete
Edmundo Maciel : Trombone
Geraldo Gomes : Ritmo
Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) : Ritmo
Juarez Araújo : Saxofone Tenor
Luna : Ritmo
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Ney Martins : Ritmo
Nilton Rodrigues : Trompete
Serginho Trombone (Sérgio de Souza) : Trombone
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

2. Já Era Tempo (Ary Barroso / Vinicius de Moraes)

Músico(s):
Antônio Perna Fróes : Teclados
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Orquestra Polygram : Cordas
           
Arranjador: Antônio Perna Fróes

3. Camisa Amarela (Ary Barroso)

Músico(s):
         
Copinha (Nicolino Cópia) : Flauta
Darcy Cruz : Trompete
Edmundo Maciel : Trombone
Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva) : Flauta
José Roberto Bertrami : Oberheim
Juarez Araújo : Saxofone Tenor
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Nilton Rodrigues : Trompete
Roberto Menescal : Violão
Serginho Trombone (Sérgio de Souza) : Trombone
Sérgio Boré : Percussão
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

4. Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso)

Músico(s):

Copinha (Nicolino Cópia) : Flauta
Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva) : Flauta
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Roberto Menescal : Violão
Sérgio Boré : Percussão
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

5. Folha Morta (Ary Barroso)

Músico(s):

José Roberto Bertrami : Oberheim
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Roberto Menescal

6. No Tabuleiro da Baiana (Ary Barroso) - com Caetano Veloso

Músico(s):

Antônio Perna Fróes : Teclados
Copinha (Nicolino Cópia) : Flauta
Geraldo Gomes : Ritmo
Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva) : Flauta
Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) : Ritmo
Luna : Ritmo
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Netinho : Clarinete
Ney Martins : Ritmo
Victor Biglione : Guitarra

Part. Especial: Caetano Veloso : Voz

Arranjador: Antônio Perna Fróes

7. Jogada Pelo Mundo (Ary Barroso)

Músico(s):

Antônio Perna Fróes : Piano
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Orquestra Polygram : Cordas
Roberto Menescal : Violão
Sérgio Boré : Percussão
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

8. Inquietação (Ary Barroso)

Músico(s):

Copinha (Nicolino Cópia) : Flauta
Darcy Cruz : Trompete
Edmundo Maciel : Trombone
Geraldo Gomes : Ritmo
Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva) : Flauta
Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) : Ritmo
José Roberto Bertrami : Oberheim
Juarez Araújo : Saxofone Tenor
Luna : Ritmo
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Netinho : Clarinete
Ney Martins : Ritmo
Nilton Rodrigues : Trompete
Serginho Trombone (Sérgio de Souza) : Trombone
Victor Biglione

Arranjador: Antônio Perna Fróes

9. Tu (Ary Barroso)

Músico(s):
José Roberto Bertrami : Oberheim
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Sérgio Boré : Percussão
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

10. Faceira (Ary Barroso)

Músico(s):

Copinha (Nicolino Cópia) : Flauta
Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva) : Flauta
José Roberto Bertrami : Oberheim
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Roberto Menescal : Violão

Arranjador: Roberto Menescal

11. Novo Amor (Ary Barroso)

Músico(s):

Antônio Perna Fróes : Teclados
Darcy Cruz : Trompete
Edmundo Maciel : Trombone
Geraldo Gomes : Ritmo
Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) : Ritmo
Juarez Araújo : Saxofone Tenor
Luna : Ritmo
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Ney Martins : Ritmo
Nilton Rodrigues : Trompete
Serginho Trombone (Sérgio de Souza) : Trombone
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

12. Aquarela do Brasil (Ary Barroso)

Músico(s):

Antônio Perna Fróes : Teclados
Darcy Cruz : Trompete
Edmundo Maciel : Trombone
Geraldo Gomes : Ritmo
Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) : Ritmo
Juarez Araújo : Saxofone Tenor
Luna : Ritmo
Mamão (Ivan Conti) : Bateria
Moacyr Albuquerque : Baixo Elétrico
Ney Martins : Ritmo
Nilton Rodrigues : Trompete
Serginho Trombone (Sérgio de Souza) : Trombone
Victor Biglione : Guitarra

Arranjador: Antônio Perna Fróes

Foto: Antônio Guerreiro para o disco "Canta Ary Barroso"

LETRAS:

É Luxo Só
Composição: Ary Barroso / Luiz Peixoto


Olha, essa mulata quando samba
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Tem um não sei quê
Que faz a confusão
O que ela não tem meu Deus,
É compaixão
Êta, mulata quando, ah
Olha, essa mulata quando dança
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Porém seu coração quando se agita
E palpita mais ligeiro
Nunca vi compasso tão brasileiro

Êta, samba, cai pra lá
Cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Êta, samba, cai pra lá
Cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Mexe com as cadeiras, mulata
Seu requebrado me maltrata

Já Era Tempo
Gal Costa
Composição: Ary Barroso/ Vinicius de Moraes


Já era tempo de você voltar
Me beijar, esquecer
Já era mais que tempo de você
Refletir
Que as palavras muitas vezes
Não provém do coração
Do coração
Já fazem meses que você, meu bem
Disse adeus, partiu
Já era tempo de você chegar
Como eu
Com olhos rasos d’água
Mas sem mágoa
Triste de quem tem e vive à toa
Triste de quem ama e não perdoa
Ai de quem não cede
E de quem sempre tem razão
Ninguém sabe mais que o coração

Por isso eu peço
Volta aos braços meus, sem adeus
Só perdão
Por que na hora em que você chegar
Como eu
Com olhos rasos d’água
Mas sem mágoa
Primeiro eu vou fingir espanto
Depois sorrir, banhada em pranto

Camisa Amarela
Gal Costa
Composição: Ary Barroso


Encontrei o meu pedaço na avenida
De camisa amarela
Cantando a Florisbela
A Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
E desapareceu no turbilhão da galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço na verdade
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com um reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei num café do rapa
Do Largo da Lapa
Folião de raça
Bebendo o quinto copo de cachaça
Voltou as sete horas da manhã
Mas só na quarta-feira
Cantando a Jardineira
Ô, a Jardineira
Me pediu ainda zonzo um copo d’água com bicarbonato
Meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu da cama e não tirou nem o sapato
E roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo!
Mas não ligo
O meu pedaço me domina
Me fascina
Ele é o “tal”
Por isso não levo à mal
Pegou a camisa
A camisa amarela
Botou fogo nela
Gosto dele assim
Passou a brincadeira
E ele é pra mim

Na Baixa Do Sapateiro
Gal Costa
Composição: Ary Barroso


Na Baixa do Sapateiro eu encontrei um dia
A morena mais frajola da Bahia
Pedi-lhe um beijo, não deu
Um abraço, sorriu
Pedi-lhe a mão, não quis dar, fugiu
Bahia, terra da felicidade
Morena, eu ando louco de saudade
Meu Senhor do Bonfim
Arranje outra morena igualzinha pra mim
Oh! amor, ai
Amor bobagem que a gente não explica, ai ai
Prova um bocadinho, ô
Fica envenenado, ô
E pro resto da vida é um tal de sofrer
Ôlará, ôlerê
Ô Bahia
Bahia que não me sai do pensamento
Faço o meu lamento, ô
Na desesperança, ô
De encontrar nesse mundo
Um amor que eu perdi na Bahia, vou contar
Ô Bahia
Bahia que não me sai do pensamento...

Folha Morta
Gal Costa
Composição: Ary Barroso

Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus, como eu sou infeliz
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus, como eu sou infeliz

Já tive amores, tive carinhos
Já tive sonhos
Os dessabores levaram minha alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus, como eu sou infeliz, infeliz
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus, como eu sou infeliz

No Tabuleiro da Baiana
Gal Costa
Composição: Ary Barroso


No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você

Juro por Deus
Pelo senhor do Bonfim
Quero você, baianinha, inteirinha pra mim
E depois o que será de nós dois
Seu amor é tão fulgáz, enganador

Tudo já fiz
Fui até num canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
No amor quem governa é o coração

No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana também tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você

Jogada Pelo Mundo
Gal Costa
Composição: Ary Barroso

A felicidade não manda avisar
Quando vai chegar a ninguém, a ninguém
Pode vir de noite ou de dia
É sempre um motivo de alegria

Eu tenho sol, a flor e o mar
Tenho o luar e o arrebol
Tenho as mais lindas alvoradas
Tenho montanhas azuladas
Tenho a canção dos pescadores
Tenho essa vida de mil amores
Molho os meus pés
Nas águas limpas dos igarapés
Eu tenho sol, a flor e o mar
Tenho o luar e o arrebol
Tenho as mais lindas alvoradas
Tenho montanhas azuladas
Pois tendo tudo, não tenho nada
Ando jogada por esse mundo
Não tenho um bem
Nem o amor de ninguém

A felicidade não manda avisar
Quando vai chegar a ninguém, a ninguém

Inquietação
Gal Costa
Composição: Ary Barroso

Quem se deixou escravizar
E no abismo despencar
De um amor qualquer
Quem no aceso da paixão
Entregou o coração
A uma mulher
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou mesmo de leve a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar

Tu
Ary Barroso


Teu olhar é um sonho azul
Teu sorriso uma promessa louca
Teus lábios duas jóias de coral
No engaste sensual da tua boca

O mais lindo luar, tu
A grandeza do mar, tu

Só te quero a ti
Só te sinto a ti
Só palpito por ti

Faceira
Gal Costa
Composição: Ary Barroso


Foi num samba
De gente bamba
Ô, gente bamba
Que eu te conheci, faceira
Fazendo visagem
Passando rasteira
Que bom
Que bom
Que bom

E desceste lá do morro
Pra viver cá na cidade
Deixando os companheiros
Quase loucos de saudade
Linda criança
Tenho fé
Tenho esperança
Que algum dia hás de voltar
Direitinho ao teu lugar
Gal Costa
Composição: Ary Barroso

Eu arranjei um novo amor
Um novo amor para o meu coração
A minha vida já mudou
E minha alma exultou de satisfação

Hoje eu me sinto feliz
E tenho medo, pra que mentir
Pois a felicidade é traiçoeira
E como vem também pode partir

Eu arranjei um novo amor
Um novo amor para o meu coração
A minha vida já mudou
E minha alma exultou de satisfação

E dos teus dois olhos eu fiz
Os meus olhos apaixonados
Só peço a Deus que faça de nós dois
Eternamente dois namorados

Aquarela do Brasil
Gal Costa
Composição: Ary Barroso


Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim
Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim!
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a sá dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
O Brasil, samba que dá
bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim
O esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim.
Ah! e estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, Brasil!, Brasil!


Um comentário:

Jardel Barros disse...

Nada mais, nada menos do que meu conterrâneo compôs essas canções. Excelente disco! Palmas!