Por Doug Carvalho, Tiago Marques e Fábio Coutinho
Capa do álbum "Profana"
"Profana" foi o primeiro disco de Gal Costa a ser lançado pela gravadoda RCA, depois incorporada pela BMG. Logo de cara, a música "Vaca profana" foi censurada, talvez por trazer na letra a palavra "tetas"... Novamente um rosário de sucessos onipresentes nas rádios, puxados pela balada "Chuva de prata", uma inusitada parceria entre o poeta Ronaldo Bastos e Ed Wilson, um dos compositores atuantes na Jovem Guarda, que é citado por Roberto e Erasmo em "Festa de Arromba", sucesso de Erasmo Carlos. Da ligação de Ed Wilson com o movimento jovem-guardista, Ronaldo tirou a idéia de fazer uma sutil homenagem a Cely Campello, a precursora do movimento, que gravou o sucesso "Banho de lua (Tintarella di luna)", daí as citações românticas sobre o amor ao luar da letra de "Chuva de prata". Mas também foram grandes hits a versão para o sucesso de Stevie Wonder, "Lately", transformada também por Ronaldo Bastos em "Nada mais", uma das mais brilhantes interpretações de toda a carreira de Gal Costa. Somente essa gravação é suficiente para jogar por terra a fama de cantora puramente técnica e fria, que alguns mais afeitos ao canto derramado de cantoras como Maria Bethânia, Nana Caymmi ou mesmo Elis Regina acabaram criando. Gal Costa mostrou nessa música o que é cantar com emoção e com técnica, num equilíbrio perfeito entre as duas coisas. Também grandes sucessos foram a própria "Vaca profana", e mais uma vez seus sucessos para Carnaval (uma marchinha lançada por Aurora Miranda, irmã de Carmen, "Onde está o dinheiro") e São João (um pot-pourri de músicas de Jackson do Pandeiro) com participação especialíssima de Luiz Gonzaga.
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