quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

1971 e 1972: Fa-Tal

Teatro Tereza Rachel, Rio de Janeiro, 1971 / 1972
                           


         
Ainda hoje "Fa-Tal" é considerado o momento mais expressivo da carreira de Gal Costa. Contando com a contribuição fundamental de Waly Salomão na direção e conceito do show, com a direção musical de Roberto Menescal e arranjos do emblemático guitarrista Lanny Gordin, "Fa-Tal"é até hoje o símbolo da juventude desbundada brasileira da década de 70, de quem Gal era musa e símbolo sexual. Nessa época Gal era a última representante da bandeira Tropicalista no Brasil, já que Caetano Veloso e Gilberto Gil estavam no exílio em Londres. Os jovens alternativos e surfistas do Rio de Janeiro se reuniam no trecho da praia de Ipanema, na Farme do Amoedo, onde estavam se realizando as obras do emissário submarino, cujas escavações formavam grandes dunas, que foram apelidadas de "Dunas da Gal". O show era dividido em dois blocos distintos. No primeiro deles Gal Costa se acompanhava ao violão em sambas e canções como "Falsa baiana", "Antonico" e "Sua estupidez", todas registradas no álbum duplo "Fa-Tal / Gal a todo Vapor". No segundo segmento do show, a cantora era acompanhada pela banda, liderada por Lanny, e rasgava o protocolo e fazia tremer as paredes do Teatro Tereza Rachel, onde o show estreou. Nesse show Gal lançou um dos grandes nomes da MPB, o compositor Luiz Melodia. O encontro de ambos foi patrocinado por Waly, que conheceu Melodia no morro do Estácio, e fissurado por suas composições resolveu apresentá-lo a Gal para que ela escolhesse alguma para gravar. A escolhida foi "Pérola Negra", que se tornou um dos grandes sucessos da carreira da cantora. Esse foi o pontapé inicial na vitoriosa carreira de Luiz Melodia, marcada pelo talento e originalidade.

Fonte: Doug Carvalho - Verdadeira Baiana

Nenhum comentário: